segunda-feira, 24 de novembro de 2014

MILTON SANTOS E O "CARROSSEL DE TOBIAS"

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O CARROSSEL DE TOBIAS
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Milton Santos (que não é o baiano Milton Santos, geógrafo de renome internacional...) nasceu em Siriri, em 15 de novembro de 1908. 
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Mudou-se para Aracaju, aos 4 anos de idade. Nesta capital estudou as primeiras letras, fez o curso primário, exerceu a profissão de gráfico, ligou-se á política partidária e foi eleito vereador durante 28 anos, em sete eleições sucessivas. 

Notabilizou-se por ser o guardião de um brinquedo famoso: o  “Carrossel de Tobias”. Quem de nós, não andou  no ‘Carossel de Tobias”?

“O Carossel do Tobias”, um mecanismo atraente, era a distração preferida das crianças aracajuanas durante as festas natalinas, realizadas a princípio no Parque Teófilo Dantas e depois na Praça Tobias Barreto. Seu guardião, Milton Santos, “era um homem simples que teve uma vida singular: não dispôs de recursos para custear os estudos, tornou-se gráfico da “Casa Ávila” e da Imprensa Oficial (atual SEGRASE), onde se aperfeiçoou como profissional”(Barreto, obra citada).

Em 1937, Milton Santos mudou-se para o Rio de Janeiro, onde permaneceu até 1941. Trabalhou durante quatro anos como gráfico, na capital da República. 

Voltando para Sergipe, ingressou na política. Fundou, com Matos Teles, o Partido Social Trabalhista (PST). Em 1954, candidatou-se a Vereador. Eleito, e reeleito várias vezes, também é conhecido como o edil com maior número de mandatos, no Estado. Tornou-se um político exemplar.“Discreto, de bom trato, Milton Santos conquistou seus companheiros da Câmara, nos vários mandatos nos quais representou o eleitorado aracajuano, em sete legislaturas e numa delas exerceu a Presidência da Casa ” (Ibidem).

Seu maior título, o título pelo qual se tornou célebre,  foi o de guardador do  “Carrossel do Tobias”. A história deste carrossel começou antes de Milton Santos nascer. Depois de alegrar as crianças de Recife e de Maceió, o   carrossel chegou, em 1904, em Aracaju, onde se tornou o brinquedo preferido, montado durante as festas natalinas e, eventualmente, em eventos e festejos cívicos. Para o encanto de todos, o carrossel sempre contou com cavalinhos em marcha, a figura do negro Tobias e seu realejo. Era um patrimônio privado, que trocou muitas vezes de dono. Em 1958, em uma destas mudanças, o “Parque Shangai”, de Recife, pretendeu comprá-lo mas Milton Santos, para evitar que a brinquedo saísse de Aracaju, chegou a adquiri-lo mas depois passou a outro dono.

“O Carrossel do Tobias”, além de se tornar o encanto das crianças, atraiu adultos. Uma equipe norte americana, encarregada da filmagem de uma película baseada no romance “Capitães de Areia”, de Jorge Amado, o incluiu em seu roteiro e assim o famoso carrossel correu o mundo, encantando milhares de amantes da sétima arte. Osmário Santos, em seu livro “Memorias de Políticos de Sergipe, do Século XX”, abriu espaço para Milton Santos, o negro Tobias e seu carrossel.

De mão em mão, mas sempre nas praças de Aracaju, o brinquedo acabou atraindo o Governo de Sergipe que o comprou e o levou para o Parque da Cidade Governador José Rollemberg Leite, “onde o tempo e o descaso destruíram o velho carrossel” (Barreto, obra citada). 

Sem o carrossel, Milton Santos voltou para o Rio de Janeiro, onde faleceu no  dia 19 de fevereiro de 2012, com 96 anos de idade.


FONTE:

Barreto, Luis Antônio – Milton Santos – Disponível em INFONET, disponível em http://www.infonet.com.br/luisantoniobarreto/ler.asp?id115717&titulo=Luis_Antonio_Barreto. Acesso em 16 de novembro de 2014
 














domingo, 23 de novembro de 2014

10 - JOSÉ MACHADO TOJAL

http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20130110003040.JPG

DELTA DO RIO SÃO FRANCISCO
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A família Tojal é uma das famílias  tradicionais de Sergipe, localizada na fronteira com Alagoas, em Neópolis, Ilha das Flores e Brejo Grande (Sergipe) e Penedo e Piaçubuçu (Alagoas).

José Machado Tojal nasceu no Engenho Cajuipe, no município de Brejo Grande, em 19 de março de 1912, sendo seus pais Sizino da Silva Tojal e Francisca Machado Tojal.

O município de Brejo Grande produziu famílias importantes como os Lemos Machado, os Tojal, os Machado Tojal e outras. De Brejo Grande é o ex-ministro da saúde e ex-secretário de saúde de São Paulo, Mário Machado de Lemos. O irmão, Eraldo, médico e advogado, foi deputado estadual e deputado federal. Outro vulto importante de Brejo Grande é Manoel de Lemos Souza Machado, deputado provincial nomeado pelo Marechal Deodoro Fonseca.

De acordo com a divisão do Brasil em Capitanias Hereditárias, á Bahia coube terras que se estendiam até a foz do rio São Francisco, sendo que as ilhas situadas ao longo do rio pertenciam a Pernambuco. Os habitantes da Ilha de Paraúna, embora pertencentes a Pernambuco, faziam suas feiras e atendiam suas necessidades econômicas na antiga Vila Nova, hoje Neópolis. Era  mais perto e oferecia maior seguança. Este fato deu margem a um movimento no sentido de anexar, por aterro, Ilha de Paraúna a Sergipe. A iniciativa  tornou-se vitoriosa graças a coragem e a bravura de José Alves Tojal que obstruiu o canal que garantia a circulação das pessoas entre a ilha e Vila Nova. Com isto Sergipe foi beneficiado e o município de Brejo Grande aumentou sua área territorial. José Machado Tojal e outras membros  da mesma Tojal participaram de outros movimentos que, envolvendo brancos, negros e mestiços, engrandeceram a região  (Luiz Mott).

Por ocasião do centenário de José Machado Tojal,  Luis Antônio Barreto declarou que “as famílias Machado e Tojal têm, nos anais sanfranciscanos, glórias e méritos, pelo que merecem aplausos dos sergipanos de todas as pares. E se foram importantes os fatos do passado, acrescente-se a eles a permanente contribuição que os membros de ambas as famílias deram, não apenas a Brejo Grande mas a toda a área entre Neópolis e a foz do rio São Francisco”.

José Machado Tojal notabilizou-se por sua atuação em beneficio de Brejo Grande, município do qual foi prefeito, por mais de uma vez, depois de ter sido Interventor, durante os Governos tenentistas, após a Revolução de 1930.

Seus descendentes continuaram a tradição dos ancestrais.  O filho Telmo Sizino Machado Tojal resumiu a biografia do ilustre pai, durante o ato de inauguração da rodovia José Machado Tojal, ligando Pacatuba a Brejo Grande
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Em Aracaju, no Grageru,  há um logradouro com o nome deste sergipano ilustre.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Barreto, Luis Antônio – José Machado Tojal. Disponível em http://www.infonet.com.br/luisantoniobarreto/ler.asp?id=125619. Acesso em 22 de novembro de 2014
 

sábado, 22 de novembro de 2014

JOSÉ RODRIGUES DA COSTA DÓRIA

http://testes.swapi.uni5.net/casacivil/wp-content/uploads/2013/12/jose-rodrigues-costa-doria.jpg 

JOSÉ RODRIGUES DA COSTA DÓRIA
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José Rodrigues da Costa Dória nasceu em Propriá, a 25 de junho de 1859, sendo seus pais Gustavo Rodrigues da Costa e Maria Soledade Costa Dória.

Fez os preparatórios no Ateneu de Aracaju, nos anos de 1875 a 1876.

Em 1877, matriculou-se na Faculdade de Medicina da Bahia, pela qual recebeu o grau de doutor em Medicina em 16 de dezembro de 1882.

Concluído o curso médico, instalou-se na cidade de Laranjeiras, onde exerceu a clínica, de 1883 a 1885.

De Laranjeiras seguiu para a Salvador, a fim de concorrer ao cargo de Professor Adjunto da cadeira de Medicina Legal e Toxologia. Aprovado em primeiro lugar, foi nomeado em fins de 1885. Em 1888, prestou concurso para a cadeira de Patologia Médica, vaga pela morte do Prof. Demétrio Tourinho. Em 1891, foi nomeado substituto da 2ª Seção da referida Faculdade.
 
No mesmo ano, organizando-se a Faculdade Livre de Direito, foi convidado para ocupar a cadeira de Medicina Legal.

Em 1892 foi nomeado lente catedrático da cadeira de Botânica e Zoologia Médicas, da Faculdade de Medicina da Bahia.

Em 1895 foi eleito conselheiro municipal da cidade do Salvador, cargo que ocupou até 1899.

Em 30 de dezembro de 1897 foi eleito deputado federal por Sergipe, sendo reeleito em varais outras legislaturas.

Em 30 de julho de 1908 foi eleito Presidente de Sergipe.

Em 1911 e 1913, esteve em visita à Europa. Durante esse período escreveu para o “Diário da Bahia”, uma série de cartas intitulada “De Paris”.

Pertenceu a várias instituições culturais e científicas, dentre as quais destacamos o Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia  e a Academia Nacional de Medicina.

Participou de congressos nacionais  e internacionais, representando o Governo de Sergipe, a Faculdade de Direito da Bahia e outras instituições.

De sua vasta bibliografia, destacamos teses, artigos, discursos,  memórias, conferências e opúsculos sobre assuntos diversos.

José Rodrigues da Costa Dória é considerado “homem de grande lucidez, inteligência privilegiada e acentuada cultura profissional (3).

Faleceu em Salvador, no dia 14 de fevereiro de 1938.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS:

1.Guaraná, Armindo – Dicionário Bibliográfico Sergipano. Aracaju, 1926.
2.Freire de Carvalho, José Eduardo – Notícia Histórica sobre a Faculdade de Medicina da Bahia. Salvador, 1909.
3.Sá Oliveira, Eduardo de – Memória Histórica da Faculdade de Medicina da Bahia, concernente ao ano de 1942. Salvador, 1992.


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O PRESIDENTE DR. JOSÉ RODRIGUES DA COSTA DÓRIA

(Blog Archive – Disponível em http://gazetadepropria.blogspot.com.br/.Acesso em 21 de novembro de 2014)


Eleito em 30-7-1908, José Rodrigues da Costa Dória, foi empossado em 24-10-1908, no mesmo ano em que foram instalados em Aracaju, os bondes puxados a burros.

Esclarecido e independente, não patrocinou ambições menores. Oi médico em Laranjeiras, de 1883 a 1885. De onde saiu para ser professor da Faculdade de Medicina da Bahia e, igualmente,  da Faculdade Livre de Direito da Bahia.

Foi, a partir de 1897, deputado federal atuante e corajoso, mesmo com o país em “estado de sitio” 

O melhor trabalho de Rodrigues Dória é o referente ao uso da maconha em Propriá. Este trabalho, publicado em 1915, hoje clássico, marca o ponto inicial das pesquisas brasileiras a respeito do assunto” segundo suas declarações ao jornal carioca “A Noite”, em 21-8-1935, “foram os escravos que trouxeram o,,vicio da maconha”. Rodrigues Dória participou em Washington. do Segundo Congresso Cientifico Pan-Americano quando tratou do uso da maconha, e seus males. Ao  “Jornal de Sergipe”, de Aracaju, afirmou, em 4 de setembro de 1935::“desde criança vi fumar a erva em Própria. A excitação determinada pelo vício desperta, muitas vezes, a veia poética de alguns e outras vezes  provoca rixas, brigas, pancadaria, e intervenção da policia” 

Durante seu governo, José Rodrigues da Costa Dória determinou que o Tesouro do Estado, por falta absoluta de dinheiro e de credito, suspendesse todo e qualquer pagamento, inclusive a ele próprio. Ficou, durante meses, sem a remuneração. 

A Rodrigues Dória devemos a construção da estrada de ferro Propriá/Timbõ e o Serviço de Identificação Datiloscópica, bem como a exigência de concurso para preenchimento dos cargos de magistério e da tesouro.

À professora Isabel Giudice Lima, de Lagoa Vermelha (Boquim), que deseja, no ultimo período de gravidez, 90 dias de licença, emitiu o seguinte despacho: “Concedo a licença sem vencimento, visto que não constitúi moléstia o estado da suplicante, nem situação independente da sua vontade” 

O Presidente Rodrigues Dória não fechou os olhos e os ouvidos às criticas, nem considera o adversário como inimigo. Ele teve, contudo, inimigos passionais, intolerantes, como foi o caso de Gilberto  Amado, deputado federal, eleito em 1915. O desentendimento, segundo o “Jornal do Povo”, edição de 17/01/1915, foi motivado pelo seguinte: Rodrigues Dória, quando Presidente de Sergipe, nomeou  Gilberto Amado para a Escola Normal de Aracaju mas, como Gilberto Amado foi morar em Recife, Rodrigues Dória suspendeu o pagamento de seus vencimentos. Dois anos depois, Gilberto Amado requereu o pagamento  mas o Presidente indeferiu a  a petição,