segunda-feira, 17 de novembro de 2014

AUGUSTO CÉSAR LEITE

 

AUGUSTO CÉSAR LEITE
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Augusto César Leite, mais conhecido como Augusto Leite, nasceu em 30 de julho de 1886, no Engenho Espírito Santo, município de Riachuelo, sendo seus pais Francisco Rabelo Leite e Maria Virgínia Accioli Leite.

Realizou os estudos iniciais em Riachuelo e em Salvador. Concluído o curso secundário embarcou, em 1903, para o Rio de Janeiro  e ingressou na Faculdade de Medicina daquela capital.

Nas férias do curso médico  ia para Riachuelo, onde ajudava o irmão Sílvio Leite nos afazeres de médico clínico  daquela cidade. Sempre dedicado  ao estudo, diplomou-se no dia 2 de janeiro de 1909, ocasião em que defendeu tese intitulada “Contraindicação renal do emprego do salicilato de sódio”.

Em maio de 1910.  fixou-se em  Capela, onde iniciou o exercício da profissão. Três meses depois, mudou-se para Maruim, onde permaneceu durante curto período, até ficar em Aracaju que era  uma pequena cidade sem calçamento, e sem transportes, com uma população de 30.000 habitantes.

“Não obstante as dificuldades, -- diz um de seus biógrafos -- Dr. Augusto, de fraque, bengala e chapéu, percorria as ruas arenosas de Aracaju,  atendendo chamado dos clientes. A clínica era feita através das mãos, dos olhos, ouvidos, fazendo uso também do olfato e até do gosto. Por diversas vezes, realizava intervenções até de grande porte, como mastectomias, na residência do próprio doente, em casebres de palha, à luz de querosene. O médico dispunha apenas de termômetro, estetoscópio mono-auricular e rudimentares instrumentos cirúrgicos e, na falta de laboratório, fazia ele mesmo os exames de urina, sangue e fezes dos pacientes”.

Chegado em Aracaju, dirigiu a Escola de Aprendizes Artífices; depois, assumiu a cátedra de Higiene Geral e História Natural do Ateneu Sergipense e foi nomeado membro do Conselho Superior de Instrução Pública.

Em 1917, foi eleito para o Conselho Municipal e, em 1918, assumiu a cátedra de História Natural do Seminário Diocesano,

A convite do Dr. Simeão Sobral, ingressou, em janeiro de 1913, no  corpo clínico do Hospital Santa Isabel, único hospital de Sergipe. Era um hospital  com duas enfermarias, sem raios X, laboratório e outros meios de diagnóstico. Possuía quase nenhum instrumental  cirúrgico, algumas ventosas e um termo-caltério primitivo. As operações, eram realizadas na sala de curativos, em cima de  um  lastro de madeira. Os médicos operavam vestidos com a mesma roupa que usavam na rua, paletó e gravata, sem máscara, sem luvas ou qualquer  recurso de assepsia, e eram ajudados pelas irmãs de caridade. Quando muito, dispunham de um auxiliar leigo, desqualificado. Dr.. Pimentel, encarregado do Serviço de Mulheres, “visitava a sua enfermaria acompanhado de um serviçal portando um fogareiro, o qual exalava incenso ou alcatrão defumado, para afastar o terrível odor” (Ibidem).

Em junho de 1913, dr. Augusto Leite viajou para a Europa; Passou seis meses na França, especializando-se em Cirurgia. Ao voltar para Aracaju, trouxe consigo o material cirúrgico adequado e, reiniciando  sua atividade, criou o Serviço de Clínica Cirúrgica. Em 9 de novembro de1914, realizou a primeira laparotomia, com a retirada total de um mioma, sob anestesia por clorofórmio. Este êxito, maravilhoso para a época, foi repetido muitas vezes, pelo Dr. Augusto.

Movido por  idealismo contagiante, constuiu, e inaugurou em 2 de maio de 1916,  o Hospital de Cirurgia, marco da medicina sergipana.

A trajetória do Dr. Augusto Leite tornou-se  brilhante. Ele passou a ser considerado um dos médicos mais importantes do Estado. Presidiu a Sociedade de Medicina de Sergipe, dirigiu  os Serviços Cirúrgicos  do Hospital Santa Isabel e do Hospital de Cirurgia, criou a Maternidade Francisco Melo (1930), o Hospital Infantil (1937) e a Escola de Auxiliares de Enfermagem (1950) e foi um dos fundadores da Faculdade de Ciências Médicas, núcleo formador da Universidade Federal de Sergipe.
Foi o primeiro sergipano a integrar o Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Recebeu vários títulos e honrarias, tais como o de Comendador da Santa Sé, Professor Emérito da Universidade Federal de Sergipe e “Bisturi de Ouro” do Estado de Sergipe.
É considerado um dos maiores cirurgiões do seu estado natal e um dos mais famosos do país.

Faleceu em 9 de fevereiro de 1978. Por ocasião do seu falecimento, Marcos Aurélio Prado Dias declarou: “Com a morte de Dr. Augusto Leite, Sergipe inteiro chorou a perda de um dos seus mais ilustres e queridos filhos”.

O poeta Freire Ribeiro, escreveu:

“Mãos que abençoam;
Mãos que afagam;
Mãos que dilaceram ! ...
Morte em nome da vida! ...
Mãos que o Senhor abençoa  todos os dias,
Mãos que são um presente dos céus para todos nós!
Mãos de AUGUSTO LEITE
Mãos de paz, mãos de luz, mãos de amor ! ...”






 


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