sábado, 15 de novembro de 2014

SILVIO ROMERO

SÍLVIO ROMERO
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Sílvio Vasconcelos da Silveira Ramos Romero, mais conhecido como Sílvio Romero, advogado, jornalista, crítico literário, ensaísta, poeta, historiador, filósofo, cientista político, sociólogo, escritor e professor, nasceu no dia 21 de abril de 1851, em Lagarto.

Concluídos primeiros estudos em Sergipe, ingressou na Faculdade de Direito do Recife, sendo por ela diplomado em 1873. Foi contemporâneo de Tobias Barreto e de Castro Alves e, ainda estudante de direito, colaborou, em 1870, como crítico literário em vários periódicos de Pernambuco e do Rio de Janeiro.

Em 1875, foi eleito deputado provincial por Estância. Radicado no Rio de Janeiro, notabilizou-se como crítico literário e publicou, em 1878, seus dois primeiros livros: “A Filosofia no Brasil” e “Cantos do Fim do Século”, No primeiro, questionou o meio acadêmico e intelectual da capital do Império, criticou as correntes filosóficas em curso no país e exaltou as qualidades morais e intelectuais de Tobias Barreto, que ele considerava seu mestre e paradigma. 

De 1881 a 1910, ensinou Filosofia no Colégio Pedro II e em 1883 visitou Lisboa e publicou mais três livros, “História Econômica Brasileira”, “O elemento popular na literatura do Brasil” e “Cantos populares do Brasil”. Em 1888, publicou “A História da Literatura Brasileira”, em dois volumes. Em 1891 escreveu vários artigos sobre ensino para o jornal “Diário de Notícias”, dirigido por Rui Barbosa e foi nomeado membro do Conselho de Instrução Superior. Em 1897, fundou, com outros intelectuais, a Academia Brasileira de Letras.

Entre os anos de 1900 e 1902, voltou à vida pública: foi eleito deputado federal e colaborou na elaboração do Código Civil, na função de relator geral.

Em 1911 e 1912, residiu em Juiz de Fora, onde participou da vida intelectual da cidade, publicou poemas e artigos, prefaciou livros, proferiu discursos e lecionou em estabelecimentos de ensino superior.

A obra de Sílvio Romero caracteriza-se pelo embate e pela polêmica, tanto na crítica literária quanto na poesia, tanto na teoria e na história literária quanto no folclore, tanto na etnografia quanto nos estudos políticos e sociológicos. “Em mim – disse ele -- o caso literário é complicadíssimo e anda tão misturado com situações críticas, filosóficas, científicas e até religiosas, que nunca o pude delas separar” Uma de suas polêmicas mais famosas foi a que manteve com o conselheiro Lafayette Rodrigues Pereira quando da publicação do livro de Sílvio Romero sobre Machado de Assis, em 1897. Outras polêmicas dignas de nota foram  as que manteve com José Veríssimo (em defesa de Tobias Barreto) e Teófilo Braga (sobre questiúnculas ligadas à publicação de livros de sua autoria).

Apesar de ser ardoroso admirador de Tobias Barreto, combateu veementemente a imigração alemã, considerando-a altamente danosa para o Brasil.

Sílvio Romero faleceu em 18 de junho de 1914, no Rio de Janeiro. Na Academia Brasileira de Letras ocupa a cadeira 17 que tem como patrono Hipólito da Costa.

Sua bibliografia, muito extensa, comporta a seguinte sistematização:

1) Obras de Filosofia. Política e Sociologia:


A Filosofia no Brasil, ensaio crítico. Porto Alegre: Tipografia de Deutsche Zeitung, 1878. 192 p.

Interpretação filosófica na evolução dos fatos históricos. Rio de Janeiro, 1880. (Tese de concurso à cadeira de Filosofia do Colégio Pedro II).

Ensaios de philosophia do direito. Recife: Companhia Impressora, 1885. 307 p.

Ensaios de philosophia do direito. Apêndice Gumercindo Bessa. Rio de Janeiro: Cunha e Irmãos Editores, 1895. 264 p
.
Ensaios de philosophia do direito. 2. ed. Rio de Janeiro: a
Ensaios de filosofia do direito. São Paulo. Landy Livraria Editora. 2001. 179 p.

A filosofia e o ensino secundário. Rio de Janeiro, 1885. (Opúsculo).

Doutrina contra doutrina; o evolucionismo e o positivismo no Brasil. 2. ed. melhorada. Rio de Janeiro: Livraria Clássica de Alves & Cia, 1895. 293 p.

Obra filosófica. Introdução e seleção Luís Washington Vita. Rio de Janeiro: [[Livraria José Olympio Editora, 1969. 701 p. (Documentos brasileiros, 139).

Ensaios de crítica parlamentar. Rio de Janeiro: Moreira Máximo & Cia. 1883. 186 p.

As formas principaes da organização republicana. Rio de Janeiro, 1888. (Opúsculo).


Discursos. Porto: Livraria Chardron, 1904. 316 p.

O alemanismo no sul do Brasil; seus perigos e meios de os conjurar. Rio de Janeiro: Typ. Heitor Ribeiro, 1906. 72 p.

O Brasil social; vistas sintéticas obtidas pelos processos de La play. Rio de Janeiro: Typ. Jornal do Commercio, 1907. 43 p.

Geografia da politicagem. Rio de Janeiro, 1909. (Opúsculo).

Bancarrota do regime federativo na república brasileira. Rio de Janeiro, 1910. (Opúsculo).


O castilhismo no Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro, 1910.

O Brasil na primeira década do século XX. Lisboa: Typ. da “A Editora Limitada”, 1912. 209 p. (Estudos Sociaes).

O remédio. Rio de Janeiro, 1914. (Discurso de paraninfo).

A união do Paraná e Santa Catarina: o Estado de Iguassú. Prefácio Arthur Guimarães. Niterói: Escola Typ. Salesiana, 1916. 45 p. (Extractos de uma série de artigos publicados no Jornal “A ‘Época” da capital Federal, em nov. 1912).

Parlamentarismo e presidencialismo. Introdução de Pedro Calmon. Brasília: Senado Federal, 1979. 84 p. (Coleção Bernardo Pereira de Vasconcelos. Série Estudos Políticos, 14).

Realidade e ilusões no Brasil; parlamentarismo e presidencialismo e outros ensaios. Seleção e coordenação Hildon Rocha. Petrópolis: Editora Vozes, 1979. 324 p.

O Brasil social e outros estudos sociológicos. Brasília: Senado Federal, 2001. 277 p. (Biblioteca Básica Brasileira).
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2) Estudos Literários

A poesia contemporânea. Recife, 1869.

A literatura brasileira e a crítica moderna; ensaio de generalização. Rio de Janeiro: Imp. Industrial de João Paulo Ferreira Dias, 1880. 206p.


O naturalismo em literatura. São Paulo: Tipografia da Província de São Paulo, 1882. (Opúsculo).

Valentim Magalhães; estudos críticos. Rio de Janeiro: Tipografia da Escola, 1885. 80p.

Estudos de literatura contemporânea; páginas de crítica. Rio de Janeiro: Laemmert, 1885. 290 p.


História da literatura brasileira. 2. ed. melhorada pelo autor. Rio de Janeiro: H. Garnier, 1902. 2 v.

História da literatura brasileira. 3. ed. melhorada. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1943. 5 v.

História da literatura brasileira. 5. ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1953. 5 v.

História da literatura brasileira (Edição comemorativa). Organização Luiz Antônio Barreto. Rio de Janeiro: Editora Imago, 2001. 2v.

Excerpto da “História da Litteratura Brasileira” Relativo à immigração e ao futuro da raça portugueza no Brazil. Rio de Janeiro, 1891.

Luiz Murat; estudo. Rio de Janeiro:Leuzinger, 1891. 57 p.

Machado de Assis; estudo comparativo da literatura brasileira. 2. ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1936. 156 p.

Martins Penna; ensaio crítico com um estudo de Arthur Orlando sobre o autor de História da Literatura Brasileira. Lisboa, 1900. 193 p.

A literatura brasileira. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1900. v.
1.

Ensaios de sociologia e literatura. Rio de Janeiro: H. Garnier, 1901. 295 p.



Passe recibo (réplica a Teófilo Braga). Prefácio e Direção Augusto Franco. Belo Horizonte: Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais, 1904.


Evolução do lirismo brasileiro. Recife: Tipografia J. B. Edelbrock, 1905. 201 p.

Outros estudos de literatura contemporânea. Lisboa: Tipografia da A Editora, 1905. 235 p

Compêndio da história da literatura Brasileira. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1906. (Em colaboração com João Ribeiro).

Compêndio da história da literatura Brasileira. 2. ed. ref. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1909. 550 p. (Em colaboração com João Ribeiro).

Quadro sintético da evolução dos gêneros na literatura brasileira. Porto: Livraria Chardron, 1909. 76 p.

Da crítica e sua exata definição. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1909. 34 p.

Zéverissimações ineptas da crítica; repulsas e desabafos. Porto: Comércio do Porto, 1909. 183 p.

Carlos Süssekind de Mendonça. Sílvio Romero de Corpo Inteiro. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura. Serviço de Documentação, 1941. 258 p.

Minhas contradições. Bahia: Livraria Catilina, 1914. 204 p.
Teoria, crítica e história literária. Seleção e apresentação Antônio Cândido. São Paulo: EDUSP, 1978. 233 p.

Introdução doutrina contra doutrina. Organização Alberto Venâncio Filho. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. 175 p.

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3) Coletâneas e cultura popular: 


Cantos populares do Brasil, volume I e volume II. Introdução e notas Theofilo Braga. Lisboa: Nova Livraria Internacional, 1883. 2 v.

Cantos populares do Brasil. Introdução e notas Theofilo Braga. 2. ed. Rio de Janeiro, 1894. 377 p.


Contos Populares do Brasil. Lisboa: Nova Livraria Internacional, 1885. 235 p.

Contos Populares do Brasil. 2. ed. melhorada. Rio de Janeiro: Livraria Clássica, 1897. 197 p.



Estudos sobre a poesia popular do Brasil. 2. ed. Petrópolis: Editora Vozes, 1977. 273 p. (Coleção Dimensão do Brasil, 8).


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4) Poesia:

Cantos do fim do século: poesia. Rio de Janeiro: Tipografia Fluminense, 1878. 232 p.

Últimos harpejos: poesias. Porto Alegre, 1883.
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5) História:

A história do Brasil ensinada pela biografia dos seus heróis. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1890.

A história do Brasil ensinada pela biografia dos seus heróis. 2. ed. corr. e aum. Prefácio e vocabulário João Ribeiro. Rio de Janeiro: Livraria Clássica de Alves & Cia, 1892. (Livro para as classes primárias).

O antigo direito em Espanha e Portugal. 1894.

O elemento português no Brasil. Rio de Janeiro, 1902. (Opúsculo).
A América Latina. Porto: Chardron, 1906. 361 p. (Análise do livro de igual título do Dr. M. Bonfim).

A pátria portugueza; o território e a raça. Lisboa: Clássica, 1906. 515 p. (Apreciação do livro de igual título de Theophilo Braga).

Trechos escolhidos. 2. ed. Seleção Nelson Romero. Rio de Janeiro: Editora Agir, 1975. 96 p. (Nossos clássicos, 35).


 


 

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